domingo, 26 de setembro de 2010






Se cada dia cai

Se cada dia cai, dentro de cada noite,

há um poço
onde a claridade está presa.

há que sentar-se na beira
do poço da sombra
e pescar luz caída
com paciência.

Pablo Neruda

Acontece



Bateram à minha porta em 6 de agosto,
aí não havia ninguém
e ninguém entrou, sentou-se numa cadeira
e transcorreu comigo, ninguém.

Nunca me esquecerei daquela ausência
que entrava como Pedro por sua causa
e me satisfazia com o não ser,
com um vazio aberto a tudo.

Ninguém me interrogou sem dizer nada
e contestei sem ver e sem falar.

Que entrevista espaçosa e especial!

Pablo Neruda 

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

coisas que não entendo...

escolher coisas a pessoas
ter a ser
o caro no lugar do raro...
escolher o perder e não falar
escolher partir  e não unir
não entendo...
partir quando se quer ficar
desistir quando a luta já está quase ganha
empurrar quando se quer abraçar
escolher o lado errado quando o certo grita a sua cara
certas coisas, escolhas, atitudes... não entendo!

Mayara

terça-feira, 21 de setembro de 2010

                                          silêncio...

Lágrimas escritas


Cansei desses controles
dessas lágrimas programadas
dos abraços sem calor

Cansei desse mundo entre quatro paredes
dos passos calculados
do disco arranhado
do todo dia, mesmo dia...

Cansei desses soluços silenciosos
das visitas barulhentas
cansei...

Mayara